https://valor.globo.com/financas/coluna – 19.03.2024.
Por Giuseppe Perrucci*
Brasil surge como um exemplo no cenário mundial, com sua capacidade de implementar sistemas eficientes e inclusivos, em um contexto no qual novas tecnologias estão redefinindo o panorama global do setor.
O universo financeiro tem testemunhado uma revolução significativa nos últimos anos, particularmente no que diz respeito aos métodos de pagamento e transferências. No Brasil, essa evolução é marcada pelo lançamento do Pix, um sistema instantâneo de pagamentos e transferências.
Além disso, já se tornou indiscutível o crescente papel das criptomoedas, e é notável o avanço dos métodos de pagamento digitais, incluindo suas implicações em transferências internacionais, sobretudo no período pós-pandemia. Por fim, a blockchain, uma tecnologia que deriva das criptomoedas, se mostra como um componente transformador, e seu impacto no mercado financeiro se dá, principalmente, na oferta de uma nova abordagem mais segura para o “settlement” de transações.
A adoção massiva do Pix pelo público brasileiro demonstra sua eficácia e conveniência, contribuindo para uma inclusão financeira mais ampla. Comparando-o com as evoluções em outras regiões do mundo, o Brasil ganha destaque em inovação e liderança no desenvolvimento de sistemas de pagamento eficientes e de aceitação absoluta, na forma de um padrão corroborado por legislação.
Com a globalização, as transferências internacionais se tornaram essenciais. Sistemas como o Pix e as criptomoedas podem desempenhar um papel crucial, reduzindo custos e tempo de processamento.
As criptomoedas estão emergindo como uma alternativa poderosa aos sistemas de pagamento tradicionais, oferecendo descentralização, segurança e eficiência global. No Brasil, o uso de criptomoedas ainda está em fase de crescimento, mas mostra potencial, especialmente em transações internacionais e como proteção contra a inflação. Esses ativos são vistos não só como meios de investimento, mas também como reserva de valor e uma alternativa às transferências internacionais convencionais.
A adoção responsável e informada das criptomoedas pode trazer benefícios significativos, mas também requer atenção às regulamentações e riscos associados. No Brasil, há uma legislação aprovada que define a competência do Banco Central para o desenvolvimento dessas regulamentações. Em consultas públicas hospedadas pelo regulador é observada a extensa participação dos já existentes players do mercado.
Além da segurança aprimorada, a tecnologia blockchain pode diminuir tempo e custos associados às transações financeiras, reduzir o número de intermediários, adicionar transparência aos processos e impulsionar transações internacionais. Através da “tokenização” de ativos, que já é explorada em diversas frentes através da blockchain, é possível democratizar diversos tipos de investimentos, aumentando a liquidez e abrindo portas para novas oportunidades.
Certamente, a aplicação dessas soluções requer cuidadosa atenção à regulamentação (ainda em desenvolvimento na maioria dos países), para que haja equilíbrio entre a inovação e a proteção ao consumidor.
O futuro do universo financeiro está apontado na direção de plataformas integradas que combinam os mais diversos serviços apresentados em uma multitude de aplicações, às vezes até mesmo produzidas pelo mesmo grupo empresarial. Essas plataformas oferecerão uma solução unificada para as necessidades financeiras, tais como pagamentos, transferências, remessas internacionais e investimentos, abraçando a eficiência, rapidez e segurança.
O Brasil se mostra como um padrão de conveniência e inovação, com um moderno sistema bancário e soluções desenvolvidas pelas fintechs, que celebram grande aceitação, servindo de modelo para outros mercados globais.
A evolução dos meios de pagamento e transferências, exemplificada pelo sucesso do Pix no Brasil, é um fenômeno global que reflete a crescente digitalização da economia. O Brasil surge como um exemplo no cenário mundial, com sua capacidade de implementar sistemas eficientes e inclusivos, e sua proporção populacional mostra que a adoção desses meios de pagamentos não tarda frente aos desafios apresentados nas mais diversas culturas e contextos dentro de um mesmo país.
Novas tecnologias, como a blockchain, estão redefinindo o panorama global do setor. As criptomoedas, embora ainda em fase de maturação, apresentam-se como um complemento promissor aos sistemas existentes, especialmente em transações internacionais, também já apresentando índices crescentes de procura.
À medida que o mundo avança para uma era de pagamentos predominantemente digitais, através de soluções inovadoras na forma de plataformas financeiras integradas, espera-se uma contínua inovação e adaptação dos sistemas financeiros globais, beneficiando indivíduos e empresas ao redor do mundo.
*Giuseppe Perrucci é CEO da Azimut Brasil
E-mail: contato@azimutbrasil.com
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