https://valor.globo.com/empresas/coluna – 16/04/2024.
Por Alexandre Ribas*
A sustentabilidade e a eficiência formam o binômio no qual devem se apoiar as empresas que pretendem se manter relevantes para o mercado e para a sociedade.
Eficiência e sustentabilidade são o binômio no qual devem se apoiar as empresas que pretendem se manter relevantes para o mercado e para a sociedade através dos anos e das décadas. Sobretudo quando se tem em conta que, ao longo da sua história, as organizações terão momentos altos e baixos, como em uma montanha-russa.
Algo perfeitamente natural, já que muitas dessas fases dependem do contexto econômico em que a empresa está inserida, do ambiente de mercado, da concorrência… Enfim, de vários fatores que podem catalisar picos e vales.
O importante é como a empresa organiza os seus esforços para garantir que seja sempre viável, independente de momento e contexto.
Empresas ineficientes fatalmente se tornarão inviáveis no futuro, por não serem sustentáveis no sentido amplo do termo. Já as sustentáveis serão aquelas capazes de gerar resultados de forma constante, garantindo o cumprimento do seu propósito e o seu papel na sociedade.
Daí ser vital a busca incansável por níveis cada vez maiores de eficiência em toda a cadeia de valor: sem sustentabilidade, não há perenidade. Da mesma forma, quanto mais tempo permanecer ativa e saudável, mais profundamente uma organização poderá deixar sua marca na sociedade, graças ao alcance do seu propósito. Só assim a empresa será capaz de perenizar o seu legado.
A busca pela eficiência exige, porém, concentração de esforços e energia. Altos e baixos podem ser parte natural da vida das organizações, mas imaginem se, em algum momento de descida para um vale, o trem descarrilhar. A empresa deixa de existir! Afinal, são pouquíssimas as que se mantêm viáveis ou ativas após uma sequência muito grande de resultados ruins.
O problema reside no fato de muitas só se preocuparem com eficiência em fases de grande estresse. Mas a relevância do tema não pode ser ditada por esses momentos, como quando os resultados diminuem, há recrudescimento da concorrência ou contexto macroeconômico desfavorável, para citar apenas alguns.
Eficiência deve estar no alto da pauta dos gestores todos os dias, inclusive quando os resultados estão bons, para se entender se há desperdício de energia ou se os recursos poderiam estar mais bem alocados. Esteja-se em pico ou vale, para o “trem não descarrilhar” e continuar acelerando para frente, a empresa precisa saber gerenciar tanto as fases positivas quanto as desfavoráveis. E isso só acontece quando a busca pela eficiência é um elemento cultural da organização.
Também é preciso evitar a armadilha de se experimentar mil-e-uma possibilidades sem uma predefinição do custo de experimentação com o qual se pode arcar. Eficiência pressupõe evitar a dissipação de energia. O que garante o foco para limitarmos o leque de escolhas àquelas que são realmente significativas é a estratégia. É ela que nos coloca no rumo para termos a melhor aplicação de energia e recursos.
A geração de resultados, viabilizada pela eficiência e conectada com a estratégia, é o que garante o futuro das organizações. Mas são muitos os caminhos entre o presente e o futuro, e como disse o Gato de Cheshire para Alice, “se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. A escolha da melhor rota dependerá sempre de a empresa ter uma visão clara de onde quer chegar.
Quando se tem clareza da estratégia, da visão de futuro, do propósito e da ambição como negócio, consegue-se definir quais os melhores caminhos para se alcançar o objetivo, sempre da forma mais eficiente possível.
*Alexandre Ribas é CEO da Falconi
E-mail: ribas@falconi.com