https://valorinveste.globo.com/blogs/guilherme-assis/coluna – 09/02/2024.
Por Guilherme Assis*
O ano de 2024 marca um ponto de inflexão no mercado financeiro brasileiro.
À medida que o mercado financeiro brasileiro avança em 2024, uma série de regulamentações que entraram em vigor recentemente ou cuja implementação está amadurecendo, estão definindo uma nova era de transparência e ética na indústria de investimentos. É o caso da CVM 179, um marco regulatório que, junto com outras iniciativas como o Open Finance e a portabilidade, promete remodelar profundamente algumas práticas do mercado.
https://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/resolucoes/resol179.html
Específica no seu objetivo de aumentar a transparência em taxas e comissões, a CVM 179 se destaca por seu papel em reduzir conflitos de interesse e promover uma clareza sem precedentes na relação entre assessores, plataformas e investidores. O requisito de divulgação de remunerações, tanto qualitativas quanto quantitativas, direciona o mercado para uma transparência integral, beneficiando o investidor final.
Com a implementação da segunda fase adiada para novembro de 2024, as plataformas de investimento enfrentam o desafio técnico de relatar com precisão as comissões e taxas pagas pelos clientes. Esse é um passo crucial, pois a diversidade de modelos de remuneração exige soluções inovadoras para garantir a clareza das informações.
Este novo cenário já está incentivando a transição para modelos baseados em taxas (fee-based), ao invés da tradicional comissão. Observa-se um crescimento em consultorias e uma adaptação das assessorias para atender aos clientes sob esse novo prisma. A mudança não apenas alinha os interesses dos assessores com os dos seus clientes, mas também abre caminho para uma inovação contínua e o surgimento de novas ofertas no mercado. Estamos caminhando para um atendimento híbrido, onde o cliente escolhe a forma como quer remunerar o profissional de investimento.
Além disso, a CVM 179 e regulamentações correlatas, como a CVM 178, estão estabelecendo um marco de profissionalização e responsabilização no setor. A introdução de figuras como o “diretor responsável” nos escritórios de investimento e a flexibilização dos arranjos societários ampliam o espectro de atuação dessas entidades sem comprometer a ética e a transparência.
https://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/resolucoes/resol178.html
O ano de 2024 marca, portanto, um ponto de inflexão no mercado financeiro brasileiro. A implementação da CVM 179, juntamente com outras regulamentações, está pavimentando o caminho para um mercado mais transparente, ético e inovador. Para investidores e profissionais do setor, essa nova era representa uma oportunidade de ouro para quem está preparado para abraçar a mudança e liderar o caminho em direção a um futuro de investimentos mais seguro e rentável no Brasil.
*Guilherme Assis é cofundador e CEO do Gorila.
Foto: Divulgação.