No ano passado foram fechados 26.989 empreendimentos contra 22.380 em 2014
O desempenho ruim da economia fez com que um número maior de empresas fechasse as portas em Minas Gerais ao longo de 2015. Ao todo, 26.989 empresas de todos os tipos foram extintas no Estado. O número é 21% superior às 22.380 extintas em 2014, segundo dados divulgados pela Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg). Os dados incluem praticamente todos os perfis de empresas, com exceção apenas dos microempreendedores individuais (MEIs).
A cidade com maior número de extinção de negócios no ano passado foi Belo Horizonte, principalmente devido à amplitude do mercado, tendo em vista que a capital mineira possui mais empresas do que os demais municípios mineiros. Na Capital foram fechadas 5.714 empresas. O segundo município em destaque no número de baixas empresariais foi Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 1.422. Na terceira posição ficou Juiz de Fora (1.018), na Zona da Mata, seguida por Contagem (969), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Além da economia em desaceleração, pesou sobre o aumento de extinções de empresas a desburocratização do processo, conforme pondera a diretora de Registro Empresarial da Jucemg, Lígia Xenes Gusmão Dutra. “Foi aprovada uma lei que eliminou a necessidade de estar em dia com as obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas para fechar as empresas. O débito continua sob responsabilidade dos sócios, mas deixou de ser empecilho para finalizar a operação”, afirma.
Do outro lado, foram formalizadas 41.839 empresas no Estado ao longo de 2015. O número é 7% inferior aos 45.112 negócios criados em 2014. Dentre as formalizações, o destaque também ficou por conta de Belo Horizonte, com 9.826 empresas. Uberlândia também ficou na segunda posição, com 2.590, seguida por Juiz de Fora (1.487) e Montes Claros (1.064), no Norte de Minas.
Segundo Lígia Xenes, apesar da baixa no número de empresas abertas, a quantidade de negócios do tipo empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) cresceu no mesmo período. Em 2015, foram abertas 5.780 com essa tipificação jurídica, o que equivale a uma alta de 18% frente a 2014.
“Houve esse crescimento da Eireli porque ela trouxe a possibilidade de criar uma empresa do tipo unipessoal com responsabilidade limitada. Ou seja, há uma dissociação do patrimônio do empreendedor desde que ele integralize um capital mínimo de cem salários mínimos”, explica.
A possibilidade de abrir uma empresa sem a necessidade de um sócio também é vista como um ponto positivo pelos empreendedores, segundo ela.
MEIs -A diretora da Jucemg acredita ainda que os números relativos à abertura de empresas poderiam ser mais positivos caso fossem incluídos os microempreendedores individuais no levantamento.
“O microempreendedor não tem ônus nenhum, ao contrário, tem muitas vantagens. As pessoas têm a chance de experimentar sem ter que gastar muito com isso. É uma espécie de treinamento. Só há uma migração para outros tipos quando o faturamento aumentar”, afirma. Em um momento em que várias pessoas estão sendo demitidas de seus empregos, é comum que haja um aumento no número de empreendedores. Isso porque muitos buscam uma segunda chance por meio da abertura do próprio negócio.
Fonte: Diário do Comércio
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