GarantiNorte começa a funcionar amanhã em Londrina com um fundo de R$ 2 milhões aportados pelo Sebrae
Viabilizar crédito para impulsionar o crescimento de micros e pequenas empresas é a finalidade da Sociedade Garantidora de Crédito do Norte do Paraná (GarantiNorte PR), entidade que começa a funcionar amanhã na sede da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil). Com R$ 2 milhões já aportados pelo Sebrae Nacional, a GarantiNorte será a sexta SGC do País. A primeira foi criada há dez anos, em Caxias do Sul (RS), a GarantiSerra.
“Certamente a dificuldade de acesso a financiamento é uma das razões para o alto índice de mortalidade de empresas no Brasil”, afirma o gerente local do Sebrae, Heverson Feliciano. Segundo ele, as exigências impostas pelos bancos para financiar micros e pequenas empresas são tantas que, na maioria dos casos, as operações não se viabilizam. Ou, então, são aprovadas com juros muito elevados. A SGC irá oferecer cartas de aval às empresas associadas, facilitando o crédito com custo baixo.
Diretor executivo da GarantiNorte, Wilson Battini diz que a SGC vai buscar mais recursos em parcerias com agência de fomento e cooperativas de crédito para ampliar o fundo. As regras como mensalidade dos associados, taxa de custeio e o limite do valor a ser garantido ainda estão sendo definidas. “Estamos estudando como funciona nas outras associações. O modelo é o mesmo”, afirma.
A GarantiNorte vai funcionar no segundo andar do Edifício Palácio do Comércio (Rua Minas Gerais, 297). O site da associação é o www.garantinortepr.com.br e o telefone, (43) 3323-5031.
Serra Gaúcha
Criada em 2003, a GarantiSerra tem hoje 500 associados e um fundo de R$ 4,4 milhões. Segundo o diretor executivo, Ricardo Antônio Cavinato, a SGC pode oferecer até cinco vezes esse valor como garantia, num limite de até 80% de cada operação. Atualmente, além do Sebrae, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as prefeituras dos nove municípios atendidos pela associação e o governo gaúcho contribuem com o fundo.
Para seu custeio, a SGC cobra uma taxa de 0,15% sobre o valor garantido aos associados, que também precisam integralizar cotas que vão de R$ 500 a R$ 2,2 mil, conforme o porte. Essa integralização pode ser feita em parcelas. “No caso das microempresas, por exemplo, elas podem pagar R$ 50 cada vez que receberem aval de financiamento”, explica.
A GrantiSerra já garantiu financiamentos num total de R$ 27,6 milhões. A inadimplência, segundo o diretor, era de 1% até a crise de 2009, mas subiu para 3%. Por meio de ações de cobrança, a SGC recuperou R$ 116 mil e tenta reaver cerca de R$ 500. A associação dá como perdido apenas R$ 27 mil.
De acordo com Cavinato, os juros médios praticados pelos agentes financeiros para quem tem carta de aval da GarantiSerra são de 1,6% ao mês. “Estimamos que o associado economiza em média 0,5% em juros por mês”, conta. Isso significa uma economia total de cerca de R$ 3 milhões nas 700 operações de créditos feitas até agora, que totalizaram R$ 27,6 milhões.
Embora só possam ser beneficiadas empresas com faturamento de até R$ 20 milhões por ano, cerca de 30% dos 120 associados são de porte maior. “São empreendimentos que aportaram recursos para colaborar. Elas consideram que ajudando o fundo estão ajudando as micros e pequenas empresas que fornecem para elas”, explica.
Dono da Gás Tondin, em Caxias do Sul, Gilberto Tondin já buscou financiamento na GarantiSerra “várias vezes”. Na última, tomou R$ 60 mil para investir na empresa. “Além de os juros serem mais baratos, tudo fica mais simples na hora de financiar. O funcionário da associação traz o cheque para mim”, conta. Afirmando que seu negócio melhorou “100%”, Tondin diz que normalmente tem prazo de 24 meses para pagar.
Nelson Bortolin
Reportagem Local