15/12/2013 –
Por: Eduardo Pardini
Uma pesquisa realizada pela agencia EIU – The Economist Intelligence Unit , solicitada pela empresa Kroll, entrevistou 901 altos executivos, oriundos de vários setores de negócio, em todo o mundo.
O resultado este ano demonstrou que a fraude continua sendo um problema generalizado, independentemente do setor ou região em que as empresas operam. Está pesquisa também aponta que eventos como os relatados tem característica multiforme e são totalmente imprevisíveis.
Diferentemente de anos anteriores, este ano a pesquisa demonstra um acentuado aumento de incidência de fraudes em comparação com a última pesquisa. No geral 70% das empresas relataram que foi alvo de pelo menos um tipo de fraude, resultado 61% maior do que na pesquisa anterior.
Outro dado interessante e relevante é que o custo econômico com estes eventos passaram de 0,9% da receita em 2012, para 1.4% da receita neste ano, com um agravante, uma em cada dez empresas relataram prejuízo maior do que 4% da receita. Sabemos que este percentual pode ser maior, pois o dano causado por fraudes e/ou irregularidades tem uma ampla variedade de formas, e dependendo da natureza nem sempre é possível conhecer o custo econômico exato.
Foi constatado um aumento em todos os tipos de fraudes cobertos pela pesquisa, sendo que crescimento maior em eventos relacionados com fornecedores, processos de compras e também no quesito conflito de interesses.
No Brasil, em especial, a fraude tem crescido rapidamente nos últimos 12 meses, sendo que 74% das empresas consultadas foram afetadas por pelo menos uma ocorrência de fraude, contra 54% em 2012. No Brasil as empresas perderam em média 1.7% das receitas, 240% maior do que em 2012.
De uma forma geral, 81% dos entrevistados acreditam que a exposição à fraude de sua empresa aumentou nos últimos 12 meses devido ao crescimento da complexidade da tecnologia da informação presente em suas operações, pela alta rotatividade de pessoas e a pela entrada da empresa, em novos mercados, que apresentam maiores riscos.
Apesar deste cenário, somente uma pequena parcela, 43% das empresas tem planos para investir em processos de proteção a fraude nos próximos 12 meses. O relatório aponta a competição global como um dos possíveis motivos que pode estar por trás desta baixa aderência, onde a busca incessante pela a redução de custos é característica permanente para sustentabilidade das empresas. 20% dos entrevistados relataram que a falta de recursos é a razão para a falta de uma estrutura adequada de gestão de riscos e compliance, e que este fator aumenta em muito a exposição da empresa.
Como já tenho comentado em outros artigos e também nos eventos do Internal Control Institute, o ambiente de negócios corporativos passa por mudanças drásticas, onde a globalização e a condição de mobilidade das empresas traz uma nova complexidade ao contexto empresarial.
As empresas devem se preparar para este novo mundo se quiserem ser sustentáveis e perenes, e a solução passa por um processo de conscientização dos gestores, executivos e empresários, que o mundo é e será outro, muito diferente do que vivenciamos até cinco anos atrás. Precisam entender que governança, gestão de riscos e bons sistemas de controles internos agora é uma questão inerente para a sobrevivência corporativa, e não mais um mero modismo!
Vale a pena refletir sobre este assunto!
Colaboração: Grupo de Auditores Internos BH