A Diebold Brasil – fabricante de terminais bancários de autoatendimento, urnas eletrônicas e terminais lotéricos – reforçou sua atuação no segmento de softwares com a aquisição, em setembro do ano passado, da empresa de segurança da informação GAS Tecnologia, por uma quantia não revelada. No país, os softwares da GAS já eram usados por 70% dos serviços de banco na internet. Entre os principais clientes estão Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander e Itaú. Neste ano, a Diebold incorporou essas tecnologias de segurança nos ATMs para permitir operações que integram smartphones, caixas e terminais.
João Abud Junior, presidente da Diebold Brasil, disse que o software permite ao usuário realizar operações sem uso de cartões, bastando apenas o cadastro do aparelho. “O smartphone passa a ser uma ferramenta de segurança para o usuário”, afirmou. A tecnologia inclui um aplicativo para smartphones com a mesma segurança dos sites de internet ‘banking’. O usuário pode realizar atividades como pagar contas, iniciar um saque, fazer transferências e liberar o saque para outro usuário. No caso das operações que envolvem a retirada de dinheiro, após fazer a operação no celular, o cliente recebe um código bidimensional (QR Code) ou uma mensagem com um código (token). Ao chegar ao terminal de autoatendimento, basta passar o código no leitor do ATM ou digitar o código e concluir a operação.
Abud disse que, em função do grande número de assaltos a bancos, cresceu a demanda por terminais com sistema de disparo de tinta em caso de arrombamento. “Quase todas as encomendas são de caixas com essa tecnologia”, disse. Segundo o executivo, as vendas de softwares de segurança representarão neste ano 10% da receita da Diebold Brasil e, em três anos, de 20% a 25%.
A Scopus, empresa de tecnologia do Bradesco, também investiu em softwares que integram ATMs com celulares e permitem realizar operações com o smartphone e reduzir o tempo gasto nos terminais de autoatendimento. Douglas Tevis Francisco, diretor de pesquisas e inovações tecnológicas do Bradesco, disse que toda tecnologia desenvolvida é discutida por grupos de inovação do banco. Outra inovação recente, segundo ele, é a implantação de terminais que permitem realizar operações sem uso do cartão. Nesse caso, softwares de biometria fazem a identificação por meio da mão. A Scopus também desenvolveu para o Bradesco um aplicativo de celular que permite fotografar uma folha de cheque, fazer a validação e pagamentos ou depósitos com cheque pelo dispositivo móvel.
A BioLogica, controlada pela Itautec, investiu na melhoria dos softwares de biometria e na integração da análise de mais de uma característica física do cliente do banco para identificação. A tecnologia permite, por exemplo, que o cliente seja identificado por filmagem enquanto suas digitais são identificadas no equipamento. A tecnologia foi inserida aos equipamentos usados pelos bancos. “Quando o cliente usa um terminal com biometria, muitas vezes a checagem é demorada, o que gera incômodo. Com o aperfeiçoamento, o processo é mais rápido e continua seguro”, afirmou Américo Lobo, diretor-geral da BioLogica.
As empresas também ampliaram a oferta de programas e serviços destinados a evitar fraudes. A Crivo Transunion, especializada em automação de análise de crédito, risco e fraude, desenvolveu softwares capazes de organizar e analisar dados que a empresa tem de um consumidor e cruzá-los com outros obtidos no mercado. A partir daí são traçados perfis dos consumidores e calculados os fatores de risco na concessão do crédito. Juarez Zortea, presidente da Crivo, disse que a procura por esse tipo de software cresceu muito no Brasil. “Uma grande massa de consumidores ascendeu à classe média. É um conjunto de pessoas disposta a comprar e com necessidade de crédito, mas boa parte não tem conta bancária”, disse. A ausência de informações bancárias e de um histórico de inadimplência dificulta a avaliação do risco na concessão do crédito.
Os executivos participam da Ciab 2013, evento de automação bancária realizado nesta semana, em São Paulo.
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PONTO DE VISTA
Os profissionais e empresas de TI, através das novas tecnologias, estão a cada dia surpreendo-nos com soluções simples, muitas vezes inimagináveis. Enquanto de um lado diversas empresas, startup, e profissionais qualificados inovam com o desenvolvimento de aplicativos e soluções para encantar e dar maior conforto aos clientes deste concorrido mercado de produtos bancários, outro segmento de empresas e profissionais trazem soluções ocultas aos olhos destes mesmos clientes, proporcionando segurança e transparência as operações e suas movimentações.
Entregar soluções inovadoras é um quase um dever dos Bancos que querem dominar este concorrido mercado e se situar globalmente mas, no mesmo grau de importância, estas mesmas Instituições devem estar sempre preocupadas e investindo pesado contra fraudes, pois só isto proporcionará segurança e confiabilidade a sua marca, requisitos essenciais e obrigatórios de qualquer Instituição financeira.
Silvio Silva
Executivo Financeiro
Diretor de novos negócios na Consult Audi
Consultor de Gestão e Soluções Tecnológicas
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