valor.globo.com – 11/11/2019.
Por Delloite.
Automação, inteligência artificial, machine learning e outras ferramentas imprimirão uma nova velocidade e acuidade na análise de dados e transações tributárias, mudando também a forma de trabalho dos profissionais da área.
Avanços significativos deverão acontecer nas ferramentas de trabalho e habilidades requeridas no setor tributário nos próximos cinco anos, segundo o estudo “Our digital future: a perspective for tax professionals 2019”, da Deloitte. O relatório aponta que tecnologias como automação, inteligência artificial e machine learning imprimirão uma nova velocidade e acuidade na análise de dados e transações, tanto por parte das autoridades regulatórias como das empresas.
O estudo analisa também as transformações que essas tecnologias trarão às habilidades necessárias ao profissional tributário e sua atuação.
Atualmente, essas tecnologias até podem parecer algo distantes no tempo, e é difícil imaginar como serão aplicadas exatamente no dia a dia do setor. Mesmo assim, cinco tendências identificadas pelo estudo dão uma ideia de como será a nova paisagem digital dentro de cinco anos.
Trata-se de um cenário com melhorias significativas de performance, em que capacidade de armazenamento de dados já não será uma limitação e a capacidade de processamento será muito maior, com o uso de máquinas cada vez mais inteligentes.
“São tendências em áreas relacionadas ao uso de dados, automação de processos, tomada de decisões, democratização de conhecimento e uso de redes abertas de colaboração e trabalho”, afirma João Maurício Gumiero, sócio-líder de Consultoria Tributária da Deloitte. “Elas apontam que os profissionais lidarão com dados e análises de uma nova forma, gerando maior transparência, eficiência e agregando valores a suas organizações.”
Confira as cinco tendências que trarão desafios e oportunidades para o setor tributário.
- Dados: em vez de estimativas ou aproximação, profissionais passarão a trabalhar com conjuntos de dados precisos, sem limitações quanto à capacidade de armazenamento das informações e com performance ampliada.
- Automação de processos: cada vez mais, a coleta e classificação de dados será automatizada e integrada, enquanto ferramentas de machine learning poderão contribuir com a melhor forma de lidar com cada situação.
- Tomada de decisão: a inteligência artificial e outras tecnologias cognitivas ampliarão a qualidade nas análises tributárias, por meio de ações como combinações de padrões e processamento de linguagem.
- Democratização de conhecimento: o acesso a informações sobre regras e regulamentações tributárias de diferentes regiões ou países será cada vez mais fácil e rápido.
- Redes abertas: com a automação de processos e melhoria na análise de dados trazidas pelos avanços tecnológicos, soluções construídas coletivamente (crowdsourcing) e o recrutamento de profissionais freelancers para execução de determinadas tarefas se tornarão comuns.
Novas habilidades serão exigidas do profissional
A transformação digital que está a caminho reduzirá o tempo gasto com processamento, aprimorará os recursos analíticos e criará oportunidades significativas para as empresas gerenciarem suas obrigações fiscais.
Para que isso aconteça de forma assertiva, ainda será preciso superar certos obstáculos, como a preocupação com segurança e privacidade de dados e a relutância natural das pessoas em adotar as mudanças materiais envolvidas. O estudo da Deloitte, porém, indica que tais barreiras acabarão por serem superadas com o tempo.
Para o profissional que atua com tributos e impostos, as habilidades necessárias também serão diferentes das que são solicitadas hoje. Existe a expectativa, por exemplo, de uma maior atuação em áreas com demanda de resolução de conflitos ou controvérsias, conforme as transações ocorrerem.
Para além dos conhecimentos tecnológicos, será igualmente relevante que o profissional saiba combinar essas inovações com habilidades essencialmente humanas e necessárias para qualquer relacionamento, tais como empatia, criatividade, ética e emoção.
Importante enfatizar que, no Brasil, os dados tributários são integrados a outros setores das empresas: como contábil, financeiro e comercial. Neste sentido tal transformação servirá para integrar ainda mais estes setores.