SÃO PAULO – Você decidiu abrir sua empresa e precisa definir o quanto será destinado para o seu pró-labore, ou seja, salário do dono da empresa. Para muitos essa pode parecer uma tarefa fácil, mas o diretor superintendente do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Bruno Caetano, lembra que o empresário deve obedecer a alguns princípios para o caso não se transformar em uma bomba-relógio financeira.
O salário do proprietário depende da capacidade da empresa de gerar recursos. “O dinheiro que entra no caixa não está à disposição sem restrições: ele tem destino certo, como o pagamento de fornecedores, de impostos e taxas, de funcionários e vai para novos investimentos”, afirma. Por isso, se o empresário retirar um valor acima do que a companhia tem para bancá-lo, vai faltar para outras obrigações e com o tempo, surgirá um rombo no orçamento capaz de comprometer a saúde da empresa.
Uma maneira de o empresário definir o pró-labore é saber exatamente quanto somam seus gastos pessoais mensais; o calculo do valor médio dos últimos seis meses é suficiente para fazer a conta da remuneração. Outra forma de definir o valor é determinando qual a função do proprietário na empresa, que no geral, é o administrador. A ideia é que ele receba o salário que o mercado oferece para um profissional na mesma posição em empresa de igual porte.
No caso de ter sócios envolvidos, o comum é que cada um tenha um cargo para cuidar de uma área específica, sendo assim, a remuneração deve seguir o critério do mercado .
Caixa baixo
Caso o caixa não comporte o valor do pró-labore, é preciso aumentar o volume de vendas ou mesmo rever o orçamento pessoal. Uma vez definida a remuneração, ela se torna um custo fixo com incidência de Imposto de Renda e contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Vale lembrar que não se deve confundir pró-labore com distribuição de lucro ou dividendos, que remunera o sócio conforme sua participação no capital social da empresa. “Se não houver lucro, não se pagam dividendos”, explica Caetano.
Por Juliana Américo Lourenço da Silva –O salário do proprietário depende da capacidade da empresa de gerar recursos