São Paulo – Por Luísa Melo, de Exame – 29/08/2013 06:00
Assim como administrar um negócio, jogar pôquer exige muita estratégia. Veja as lições que o esporte tem a ensinar para a gestão:
Analisar o comportamento dos concorrentes, prever e antecipar o futuro, estar disposto a correr riscos. Estas características poderiam muito bem descrever um homem de negócios, mas também estão relacionadas aos bons jogadores de pôquer.
“O pôquer é um jogo de informações variáveis. Algumas estão na mão de quem toma a decisão (se quer apostar ou não), outras não (quais cartas vão aparecer, como seus oponentes irão reagir). É a mesma coisa no comando de uma empresa, diz Cristiano Torezzan, professor da recém-lançada disciplina “Fundamentos do Pôquer”, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Campinas (Unicamp).
1) Traçar um plano estratégico e ter paciência para conquistar os resultados
Qual é a empresa que alcança o sucesso sem um plano estratégico e investimentos a longo prazo? No pôquer não é diferente. O objetivo de um jogada é coletar as fichas dos adversários. Os jogadores são eliminados quando não têm mais fichas para apostas. Cada jogador recebe a mesma quantidade de fichas e pode gastá-las da forma que preferir.
“Desta forma, é preciso elaborar uma estratégia. Você pode optar por pagar as fichas uma a uma, mas para isso terá de ter muita paciência. Ou pode jogar em bocados, o que é mais arriscado. Você tem que fazer aquilo que acredita que é certo em cada situação e não esperar um resultado de curto prazo, como nos negócios”, afirma Torezzan.
2) Avaliar e assumir riscos
No início de um jogo de pôquer, dois jogadores precisam apostar antes mesmo de saber quais quartas possuem. Os outros, têm o poder de decidir se querem jogar aquela mão ou não, se querem pagar a aposta inicial ou mesmo aumentá-la.
“É uma pancada de decisões que devem ser negociadas. Se eu tenho uma mão forte, quero apostar para que você coloque mais fichas. Se acho que meu jogo está ruim e quero que você desista, faço uma aposta maior”, diz Torezzan.
Mas tudo tem um risco: as cartas só são abertas se ninguém desiste ao fim de cinco rodadas de negociação. Se um jogador desiste antes disso, perde tudo o que já tinha apostado.
“Percebemos que em 75% das mãos, as pessoas desistem antes de mostrar as cartas. Ou seja: a estratégia prevalece sobre a sorte”, explica o professor. Quanto aos negócios, é consenso que quem não corre riscos, também não inova.
3) Gerenciar recursos disponíveis e administrar perdas e ganhos que não estava no planejamento
“Se eu tenho 10 mil fichas, pagar uma aposta de 300 é tranquilo. Mas se eu tenho 1500, já é muito para o meu capital”, exemplifica Torezzan. “Às vezes é melhor desistir e perder o que já jogou do que arriscar o restante que eu tenho. É como investir em um projeto que não dá lucro. Talvez seja melhor parar de alimentá-lo, ou talvez a única forma de recuperar as perdas, é investindo mais ainda”.
4) Identificar oportunidades para investir e saber negociar
É como obervar o movimento do mercado e suas tendências antes de comprar ações de uma empresa. “Às vezes, você acha que está com um jogo muito bom, mas as cartas ainda não foram mostradas. Um de seus oponentes aposta 300, outro 700 e outro 3 mil. Quando você vê essa aposta alta demais, pode perceber que talvez o seu jogo não seja tão bom assim. Uma coisa é ninguém querer jogar antes, outra é jogar com pessoas que parecem mais fortes e outra jogar com quem parece estar mentindo.
5) Estar disposto a conhecer pessoas e aprender o tempo todo
Um líder que não sabe lidar com outras pessoas – seja um funcionário, um fornecedor, ou um concorrente –, não levará sua empresa a lugar nenhum. No pôquer não é diferente. “Cada jogada traz um oponente diferente. Cada pessoa reage de uma forma: algumas têm uma aversão natural ao risco, outras o acham interessante. Se eu fizer uma aposta alta, alguns podem desistir, outros pode se sentir desafiados. É preciso aprender a reconhecer essas atitudes”, diz o professor.
PONTO DE VISTA
A falta de (i)um planejamento estratégico, (ii)de um acompanhamento periódico de um orçamento previamente concebido, (iii) da avaliação de riscos assumidos e (iv)da disposição de conhecer a sua contabilidade, levaram muitos pequenos e médios empresários brasileiros ao fracasso.
Por outro lado a aprendizagem destas importantes lições com este primeiro fracasso fizeram sucumbir grandes negócios e empresas.
Não há evolução muito menos mudanças necessárias se não houver um bom Gerenciamento de Conforto e Desconforto. Estas lições os pequenos e médios empresários brasileiros devem praticar e não somente conhecer, caso contrário seu negócio estará fadado ao fracasso.
Melhor aprender estas lições em um jogo com os amigos do que vendo seu sonho empresarial fracassar.
Mire no jogo de Poker os caminhos de sua empresa e SUCESSO!
Silvio Silva
Executivo Financeiro
Diretor de novos negócios na Consult Audi
Consultor de Gestão e Soluções Tecnológicas
Os pontos de vista aqui publicados se referem a opiniões individuais de seus autores não significando, necessariamente, ser esta a opinião da empresa CONSULT AUDI – Consultoria Empresarial & Auditoria.